Eu tive a oportunidade, ano passado de empreender uma belíssima viagem, ao longo do rio Reno, quando pude passear pelas aldeias e cidadezinhas que margeiam o rio, buscando encontrar o oposto de minha vida em São Paulo: vida agrícola, – em pequenas propriedades, onde se cultivam a uva e a maçã e são produzidos vários tipos de vinhos de excelente qualidade – com casas que nos remetem aos antigos contos como dos irmãos Grimm, Christian Andersen, enfim fábulas com aquelas cortinas de renda e flores nas janelas, chaminés, e com direito a tudo que o meu universo infantil continha e que parecia existir somente nos contos e, de repente, estou no meio deste cenário. Pessoas bonitas, felizes, saudáveis, que trabalham seis horas por dia e depois visitam seus amigos, tomam chá, passeiam com seus cachorros, cuidam de suas casas impecáveis, em suma, com vivência comunitária, lazer e vida familiar.
Pergunto a Heráclito a respeito de Holismo, e ele me responde com dois aforismos. Imediatamente me deparo com um problema: a palavra logos. Esta palavra que vem de legein possui na sua origem diversos significados, tais como: estender, prostrar, pró-por, adiantar, apresentar, juntar, apanhar, falar, contar, e com a influência do latim, palavra, discurso e ratio (razão). Para me ajudar recorro a Heidegger, conhecido como um grande tradutor do grego, que tem tal conhecimento do grego antigo, que ousa dizer a intenção do autor ao mencionar cada palavra, tradução esta reconhecida pelos principais tradutores do grego antigo, do mundo todo.
E Heidegger nos presenteia com a seguinte tradução para logos: colher. Vejam só que interessante, Heidegger não teve, exatamente, a minha experiência nas casas das cidadezinhas que margeiam o Reno, mas é como se tivesse!
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