Nossa época é dominada pela ciência e pela tecnologia, sobrando pouco espaço para o recolhimento, para a intimidade, para demorar-se junto ao que solicita atenção. Esse modo de estar no mundo já atravessa a ação clínica do psicólogo, que está constantemente avaliado pela eficiência de suas intervenções. O psicólogo, que no início do século XX era um investigador do ser humano, no começo do XXI caminha na direção de se tornar um técnico da administração da vida. O conhecimento que pro-duz, isto é, conduz adiante, é avaliado quanto à sua objetividade. Entretanto, esse saber brota de sua experiência e do encontro com alguém. Trata-se, portanto, de um acontecimento singular. Como conjugar ciência e singularidade? Haverá ainda espaço para o desvelamento da singularidade e para uma ciência do individual nesse campo? Os textos que compõem este livro mostram que sim. Apoiados na fenomenologia existencial, os autores desdobram possibilidades de pensar o sentido da Psicologia como ciência e de refletir sobre a especificidade do fazer do psicólogo. Os escritos aqui presentes tratam de fundamentos fenomenológico-existenciais para a psicologia, da formação de psicólogos e da prática clínica, com profundidade e linguagem acessível ao mais variados leitores. (Por: Paulo Evangelista)