Fenomenologia pode ser compreendida como o esforço de apreensão das formas de ser e, no caso das profissões ligadas ao Homem, como o esforço de apreensão das formas de conhecimento a respeito do Homem. Inicialmente, a Fenomenologia se constitui como uma atividade crítico-reflexiva, no sentido não de rechaçar esta ou aquela forma de conhecimento mas, ao descrever o que uma forma de conhecimento é, de situar seus limites e seu poder próprio de realização. Nas chamadas ciências do Homem, esta atividade crítico-reflexiva tem sido, desde Husserl, frequente, constante e muito fértil: trata-se de trazer à luz que concepção de Homem se está construindo e aprofundando com o uso dos métodos, dos “caminhos para”, que as diversas teorias adotam. A identificação desta visão de Homem que um olhar fenomenológico captura nas diferentes teorias, tem o sentido de, ao situar seu alcance e limites, oferecer à reflexão a oportunidade de perceber que o saber está umbilicalmente ligado ao modo, ao método (e técnicas) empregados, e, portanto: 1) novos métodos revelarão características inéditas do Homem e 2) há métodos (e técnicas) que são o caminho certo, adequado para revelar o Homem na sua particularidade; ele, o Homem, é peculiar e distinto dos outros entes, dos outros “seres”.