O caráter fragmentário do pensamento de Dilthey não aponta para algum acaso fortuito, nem possui nada em comum com um elemento extrínseco a esse pensamento. Ao contrário, a fragmentariedade de sua obra provém diretamente da essência do seu projeto filosófico fundamental. Dilthey constrói o projeto de sua hermenêutica como uma crítica da razão histórica, como uma exposição do horizonte efetivo de realização psicofísica do homem na história. Tal exposição baseia-se por um lado em uma apreensão do lugar do homem na própria constituição da vida histórica; e, por outro lado, nasce diretamente da percepção de uma conjuntura histórica específica, que obriga o pensamento a estabelecer para si mesmo como tarefa o re-enraizamento da totalidade no homem.
[publicado com autorização da Editora Via Verita]